A partir da forma “mais clássica” – o escalonamento terapêutico – o tratamento vai sendo aplicado de acordo com a progressão da doença. “O doente recebe no início o tratamento de primeira linha. Se falhar, segue-se com a segunda linha e assim sucessivamente”, explica a neurologista, salientando que através desta opção se “trata o doente atrás da doença”. A principal vantagem desta estratégia é a segurança, uma vez que não são utilizados os fármacos mais eficazes, que são também os que causam mais efeitos secundários.
Na outra abordagem – indução – é aplicada uma “medicação mais eficaz no início da doença e depois vai-se gerindo, como se faz no cancro, tratando-se a doença na sua plenitude”. Com esta opção, os doentes na fase mais inicial da patologia são submetidos a uma medicação mais potente, que vai sendo reduzida.
Atualmente, continua a neurologista, “há mais fármacos disponíveis e mais meios complementares de diagnóstico”, bem como um maior acesso a ressonâncias magnéticas. Tudo isto somado à possibilidade de consultar o historial clínico, o registo de surtos prévios e a análise à incapacidade residual permite que os clínicos possam fazer um balanço benefício/risco.
Exemplificando com a sua prática clínica, a Dr.ª Lívia Sousa explica que quando “se escolhe o tratamento de indução se faz uma abordagem mista”, aplicando esta estratégia nos casos de doença mais grave. Nos outros casos menos graves dá-se prioridade ao tratamento de escalonamento.